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Marrom,
assim é conhecida uma das maiores sambistas do Brasil. Alcione Nazaré
sempre teve a música em sua vida. Desde criança acompanhava seu pai
na banda da Polícia Militar, na qual ele era maestro. Nascida em São
Luís do Maranhão, a cantora viveu sua juventude no Rio de Janeiro e
iniciou sua carreira profissional aos 20 anos de idade. Sua primeira
aparição em público foi na antiga TV Excelsior. Em 1972, gravou o seu
primeiro compacto e um ano depois gravou outro, mas nenhum deles deu a
Alcione o sucesso merecido. Nessa época, sua voz e seu trompete já
haviam conquistado produtores internacionais e, sem o reconhecimento do
público brasileiro, Alcione passou dois anos fazendo shows em outros
países, como Portugal e México.
No ano de 1975, já de volta ao
Brasil, gravou o seu primeiro LP “A Voz do Samba”, que trazia em uma
das faixas a canção “Não Deixe o Samba Morrer”, que alavancou a
carreira nacional da sambista. A partir daí, Alcione não parou mais.
Sua discografia conta com o LP “Morte de Um Poeta”, de 1976, “Pra que
Chorar?”, de 1977, que vendeu mais de 400 mil cópias e “Alerta Geral”,
de 1978, com a música “Sufoco”, que lhe rendeu um programa de MPB com
o mesmo nome, na Rede Globo.
Com a média de um LP gravado por ano,
Alcione alcançou o patamar de Estrela da MPB Brasileira. Lançou
“Gostoso Veneno” em 1979, “E Vamos à Luta” em 1980 e “Alcione” em
1981, sempre colocando músicas nas paradas de sucesso. Sua primeira
coletânea foi gravada em 1982, quando Marrom comemorou seus 10 anos de
carreira. No mesmo ano, a maranhense mudou de gravadora e lançou
“Vamos Arrepiar”, um de seus melhores discos, segundo a crítica. Seu
sucesso aumentou em 1983, quando gravou, pela primeira vez, uma balada
romântica, “Qualquer Dia Desses”, de Reginaldo Bessa e que fazia
parte do seu 10º trabalho, “Almas e Corações”.
O disco “Da Cor do
Brasil” trouxe novidades à carreira da cantora. Mangueirense de
coração, ela fez uma homenagem à Escola na música “Mangueira Estação
Primeira” e decidiu gravar, a cada LP, uma canção de cada escola de
samba do Rio de Janeiro, projeto idealizado por Clara Nunes, de quem
Alcione era amiga. Esse trabalho contou ainda com a participação de
Maria Bethânia e a primeira gravação de um forró feito pela
intérprete. Em 1985, lançou seu 12º LP, “Fogo da Vida”, e na
seqüência, “Fruto e Raiz” (1986), o maior sucesso de sua carreira e que
alcançou a marca de 700 mil cópias vendidas, rendendo o disco de
platina duplo com o ‘hit’ “Garoto Maroto”.
“Nosso Nome:
Resistência”, lançado em 1987, não decepcionou os fãs. A canção
“Estranha Loucura” e a regravação da música “Autonomia”, de Cartola,
mantiveram a qualidade dos trabalhos anteriores. Sinônimo de sucesso,
Alcione lançou, em 1988, “Ouro Cobre”, em 1989, a coletânea
“Simplesmente Marrom” e logo depois, 1990, mais um disco de músicas
inéditas, chamado “Emoções Reais”. 1991 foi um ano de trabalho intenso
por países da Europa e da África. Na volta, lançou “Promessa” (1992) e
no ano seguinte, “Pulsa Coração”, que vendeu mais de 100 mil discos e
contou com um dueto da Marrom com Emílio Santiago na canção “Amor de
Corpo e Alma”.
Em 1994, lançou “Brasil de Oliveira da Silva do
Samba” e em 1995, no disco “Profissão Cantora”, homenageou a própria
profissão e re-gravou sucessos como “Falsa Consideração” e “Explode
Coração”. O disco seguinte foi inspirado na cultura maranhense, “Tempo
de Guarnicê”, de 1996, que trouxe ainda a primeira gravação em inglês
feita por Alcione, “Overjoyed”, de Stevie Wonder. No disco “Valeu”,
de 1997, Alcione re-gravou músicas dos grupos de pagode lançados por
ela e que na época faziam sucesso, como Só Pra Contrariar e Art
Popular.
Para comemorar os 25 anos de carreira, Marrom lançou em 1998
o disco “Celebração”, que reuniu seus antigos sucessos em duetos,
como “Não Deixe o Samba Morrer” com Cássia Eller, “Estranha Loucura”
com Alexandre Pires e ”Linda Flor” com Maria Bethânia. Em 1999, a
intérprete realizou um sonho com o CD “Claridade”, no qual ela fez uma
homenagem à Clara Nunes, cantando seus maiores sucessos. Nos anos
seguintes, lançou os trabalhos “Nos Bares da Vida” (2000) - seu
primeiro CD ao vivo - e “A Paixão tem Memória” (2001).
O lançamento
do CD “Alcione ao Vivo”, em 2002, marcou os 30 anos de carreira da
Marrom, reuniu seus principais sucessos e rendeu o disco de platina. Em
2003, devido ao sucesso do primeiro “ao vivo”, a cantora lançou
“Alcione ao Vivo II”, que trouxe as participações de Jamelão, do grupo
de dança “Tambor de Crioula” e de Maria Bethânia. Além disso, o CD
gravado no Rio de Janeiro também foi lançado em DVD, o primeiro de sua
trajetória vitoriosa.
Em 2004, Alcione lançou o CD “Faz Uma Loucura
por Mim”, um trabalho recheado com músicas inéditas, de compositores
consagrados como Michael Sullivan e de novos talentos como Vander Lee.
Um ano depois, a cantora estava de volta ao mercado com o disco “Uma
Nova Paixão”, que faz um passeio musical com romantismo, samba e
partido alto.
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DISCOGRAFIA
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